After almost a year witnessing significant changes in film festivals, especially in Brazil, the third edition of Fincar – Festival Internacional de Cinema de Realizadoras will take place from November 12th to 21st, 2021. The virtualization of film screening and meetings has become mandatory due to the COVID-19 pandemic and the genocidal operation by the Brazilian federal government that deliberately failed to curb the virus. The joy of face-to-face encounters had to be put aside in order to ensure the preservation of life, and the only feasible path for many film festivals has been to go online.
In this context and in the face of the new variants of the virus, we have decided to have most part of the festival online, except for one or two outdoor film screenings that are still being evaluated. This owes to our commitment to build networks that can really allow us to expand, as we are aware of the contradictions imposed by the virtual world: the shortening of geographical distances and the increase of the distance produced by socioeconomic inequalities.
With this in mind we present you some of our new partners in this third edition. We are taking a step further in addressing the issue of lack of audiovisual training and we started a partnership with the Universidade Livre Feminista (ULF). This association aims to create, along with high school teachers, a pedagogical support material to help using films directed by women in classrooms. We are also glad to have the collaboration of Carol Almeida and Kênia Freitas, who will facilitate together a workshop on feminist film critics at Fincar.
Another very important network was the creation of a political board to discuss the guidelines for this edition. Our board is formed by the following organizations: Mulheres no Audiovisual Pernambuco - MAPE, Negritude do Audiovisual PE and FICINE - Fórum Itinerante de Cinema Negro and we can only thank them for the generous exchange of ideas. In order to expand our reach even further, the Observatório Latino-Americano de Realizadoras - OLAR has also become part of our network of associates and will bring some news to this year's program. Designing and running a festival in the current context has been a great challenge. We thank in advance these and many other partnerships that we have established, as it is these alliances that energize the Fincar festival.
Another very important topic that we would like to mention is a reflection about our name, Festival Internacional de Cinema de Realizadoras (here the word Realizadoras in Portuguese literally refers to “Women Filmmakers''). For us, the term Realizadoras means above all a call to action. It does not refer to a particular film categorization and it is not an attempt to emphasize gender norms. For us, the word Realizadoras is intended as an open term that embraces nonnormative expressions of gender. In this sense, we state that our understanding of Cinema de Realizadoras is a call aimed at – in addition to trans and cis women – non-binary people, transmasculine people and trans men to submit their films to our festival and participate in the workshops that will be offered.
As we did previously in our second edition, we will keep screening films that seek to move beyond fixed gender representations, questioning the hegemonic standards that try to define what is cinema and what is not and we are going to keep placing our bets on political imagination as a possible way to escape the current situation in our country.
We are organizing the III Fincar with great endeavor and we count on your participation! See you soon!
FINCAR crew
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Após cerca de um ano de mudanças significativas nos festivais de cinema, em especial no Brasil, teremos a terceira edição do Fincar de 12 a 21 de novembro de 2021. A virtualização das exibições dos filmes e encontros foi uma necessidade imposta devido à pandemia da Covid-19 e ao trabalho genocida de não contenção do vírus por parte do governo federal brasileiro. Todo o prazer dos encontros presenciais teve de dar lugar ao zelo pela vida coletiva e o caminho possível para os diversos festivais de cinema foi seguir online.
Dentro desse contexto e frente às novas variantes do vírus, optamos pelo formato online para a maior parte do festival, exceto por uma ou duas sessões em espaço aberto que estão sendo estudadas. Isso diz respeito ao nosso compromisso em construir redes que possamos expandir, pois estamos alertas às contradições que o mundo virtual nos traz: o encurtamento das distâncias geográficas e o prolongamento do distanciamento causado pelas desigualdades sócio-econômicas.
É nesse sentido que apresentamos a vocês algumas das novas redes dessa terceira edição. Estamos dando um passo mais largo para a questão formativa e criamos uma parceria com a Universidade Livre Feminista (ULF). Nossa parceria visa a construção, em diálogo com professores do ensino médio, de um material pedagógico que auxilie o uso do cinema de realizadoras nas salas de aula. Também contaremos com a parceria de Carol Almeida e Kênia Freitas que juntas ofertarão pelo Fincar a oficina de crítica cinematográfica feminista.
Outra rede muito importante foi a criação de um conselho político para debatermos os direcionamentos dessa edição. Nosso conselho está formado pelos grupos Mulheres no Audiovisual Pernambuco – MAPE, Negritude do Audiovisual PE e FICINE – Fórum Itinerante de Cinema Negro e só temos a agradecer pela generosa troca! E, expandindo ainda mais, o Observatório Latino-Americano de Realizadoras – Olar também compõe nossa rede de parceiras e irá trazer novidades na programação deste ano. Nesse contexto, desenhar um festival e executá-lo tem sido um grande desafio. Mas desde já agradecemos a essas e tantas outras parcerias que formamos, pois são elas que energizam o Fincar.
Outra questão muito importante que gostaríamos de compartilhar com vocês é uma reflexão sobre o nosso nome, Festival Internacional de Cinema de Realizadoras. Para nós, Cinema de Realizadoras é antes de tudo uma convocação. Não é uma proposta de nova categorização de filmes ou um desejo por afirmar uma normativa de gênero. Queremos que Realizadoras seja uma palavra aberta ao não normativo. Sendo assim, afirmamos que o nosso Cinema de Realizadoras é uma convocação para que, além de mulheres trans e cis, pessoas não-binárias, transmasculinas e homens trans se aproximem de nosso festival com seus filmes e nas formações que iremos ofertar.
Seguindo algo que já começamos a investigar na nossa segunda edição, continuaremos projetando filmes que buscam transbordar representações fixas de gênero, questionando os padrões hegemônicos que querem dizer o que é e não é cinema e apostando na imaginação política como um dos caminhos para sairmos dessa situação que nos encontramos em nosso país.
Estamos organizando o III Fincar com muito carinho e contamos com a participação de vocês! Até breve!
Equipe FINCAR