r/EXISTÊNCIAS narr/ATIVAS
Esta iniciativa artístico-cultural nasceu da vontade de criar uma intervenção que pudesse gritar, transformando a rua em palco e reapropriando-nos deste espaço.
r/EXISTÊNCIAS narr/ATIVAS é sobre o processo de desprendimento de amarras, é sobre recriar a rua a partir da presença das mulheres, falando não do que, mas de quem é a cidade a fim de recriar a noção de espaço público.
Nós do Projeto A.M.O: #asminaocupam acreditamos, portanto, que traduzir nossas próprias experiências como mulheres e artistas nesta intervenção seja um recurso capaz de tocar e reconectar pessoas através da empatia, promovendo representatividade e empoderamento.
Nossa ideia era transmitir o processo de desprendimento de amarras através da arte, do corpo, da nossa presença na rua. Nossas questões eram: onde residem dor e fortaleza? Onde encontramos forças no meio dessas amarras?
Bom... Assim que vimos as imagens, lá atrás, percebemos o quão gigantesco era o que tínhamos feito. Não bastava apenas publicar aquelas imagens nas redes sociais. Precisávamos de uma exposição. E passamos a construir isso ao longo do ano de 2019. Mas, 2020 chegou e com ele a Pandemia. Não foi fácil – sobrevivemos.
Agora, em 2021 todas as questões que retratamos lá atrás ainda são vivas em nós, assim como são vivas em tantas mulheres. Mais do que nunca é preciso lutar, ainda é preciso reescrever mias e mais partes da história, ainda é preciso r/EXISTIR.
Ver estas fotos é ver nossa alma. É ver materializado o sentimento que cria essa intervenção. Portanto, inspire fundo. Lembre-se do que te faz humano, lembre-se que você também sente, e se pergunte: o que sua arte grita?
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Hana LídiaPhotographer
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Luanne da Cruz CarrionIdealizadora
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Luanne da Cruz CarrionArtistas
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Giovana MarconArtistas
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Camila KokotArtistas
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Genres:ocupar, ressignificar, empoderamento, representatividade, espaço urbano, força coletiva
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Date Taken:March 18, 2019
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Country of Origin:Brazil
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Camera:Canon 60D
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Lens:18mm; 50mm;
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Student Project:No
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Luanne Cruz
Sou artista desde que me conheço por gente. Tenho fotos dançando na sala no meu aniversário de 6 anos... Pelo que me contaram eu dançava Raul. Desde criança minha mãe me educou pela diversidade, me educou pelo direito ao meu corpo e ao meu espaço no mundo. Me educou pra nunca abaixar a cabeça e acreditar em mim.
Quando entrei na graduação pra cursar Ciências Sociais eu não sabia que optaria pelo Bacharel em Antropologia, que um dia quiçá, eu iria cursar um Mestrado.
Bom... Ao longo desse trajeto, engajei em diversos movimentos feministas, passando a estudar e pesquisar sobre o tema. O recorte principal das minhas pesquisas foi a dança, mas uma coisa nunca impediu a outra.
Apesar disso tudo, de me expressar de tantas formas desde tão cedo, a estrutura me pegou em diversos momentos, e tantas vezes me vi negando a mim mesma, me sabotando. Querendo outro corpo, outro nome, outra vida. Aceitando menos do que mereço... É um processo. As referências do padrão são muito fortes e elas vêm de todos os lados. Elas operam. É preciso mais que resistir... EXISTIR.
E como diria o Raul mesmo, foi me permitindo ser exatamente 'essa metamorfose ambulante' que eu entendi que tinha muito pra dar ao mundo... Sim, esse mesmo mundo que me ensinou a negar essas características, agora se refaz na medida em que eu me descubro. Minha sensibilidade, minha coletividade, meu senso crítico, minha dança, as pessoas que me amam... tudo isso é o meu poder.
Ter criado o Sensual Fusion foi pra mostrar isso pra outras mulheres. Imagine quantas pessoas estão só esperando poder te ver, conhecer você e o que vc sabe fazer, PRA VEREM A SI MESMAS?
É isso. Esse é o poder de cada uma de nós.