Cavalo de Aço

Cavalo de Aço é um mergulho na vivência de jovens de uma periferia brasileira, onde a oralidade, os gestos e os sonhos se misturam em cenas de improviso e fabulação. A força invisível do Menino Vaqueiro guia os protagonistas enquanto eles narram, com autenticidade, suas próprias histórias. Entre brincadeiras, trabalhos cotidianos e o poder de sonhar, o filme revela camadas invisíveis de resistência, identidade e beleza.

  • Renata Cavalcante
    Director
  • Renata Cavalcante
    Writer
  • Lívia de Paiva
    Colaboração para Roteiro
  • Ricco Sales
    Assistente de Direção
  • Lídia dos Anjos
    Producer
  • Rodrigo Oliveira
    Producer
  • Pedro Vinícius
    Key Cast
  • Cristian Oliveira
    Key Cast
  • Otávio Victor
    Key Cast
  • Fabiane Sousa
    Key Cast
  • Keiliane Souza
    Key Cast
  • Lavínia Vieira
    Key Cast
  • Ana Celia (Vozinha Vida Loka)
    Key Cast
  • Lídia dos Anjos
    Preparação de Elenco
  • Evye Alves
    Fotografia
  • Sunny Maia
    Fotografia Adicional
  • Renata Cavalcante
    Fotografia Adicional
  • Gabi Castro
    Still
  • Mike Dutra
    Som
  • Elena Meirelles
    Som
  • Lili Coelho
    Figurino
  • Eliete Oliveira
    Catering
  • Lívia de Paiva
    Montagem
  • Darwin Marinho
    Colorização
  • Mike Dutra
    Edição de Som e Mixagem
  • Project Type:
    Documentary, Experimental, Short
  • Runtime:
    18 minutes
  • Country of Origin:
    Brazil
  • Country of Filming:
    Brazil
  • Language:
    Portuguese
  • Film Color:
    Color
  • First-time Filmmaker:
    No
  • Student Project:
    No
Director Biography - Renata Cavalcante

Renata é artista multimídia, pesquisadora e realizadora audiovisual, com foco na interseção entre escrita, imagem e memória. Como fotógrafa, investiga imagens documentais e suas conexões com temporalidades diversas. Seus interesses incluem artes, audiovisual e tecnologia, explorando a escrita ficcional, diários de experiência e arquivos familiares. Atualmente, é doutoranda em Comunicação Social com ênfase em cinema e audiovisual pela UFC, onde também concluiu o mestrado em Artes. Suas práticas se concentram em narrativas poéticas e documentais, voltadas para processos de criação e fabulação.

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Director Statement

Cavalo de Aço é um filme que nasce da vida e se desenha nas imagens, mas não qualquer imagem: pensamos as imagens juntas antes que elas se tornassem o filme e, depois, buscamos o filme possível dentro dessas imagens. É uma obra pulsante, que respira os imprevistos, as frustrações, as surpresas e a força daquilo que emerge sem avisar. Um filme direto da vida.
Há, nesse trabalho, uma brincadeira que o torna genuíno. É um jogo de linguagens e de corpos em cena. Os meninos, protagonistas dessa história, assumem uma postura que beira o improviso, mas que é, ao mesmo tempo, muito deles. Cada um fala em seu tempo, com seu jeito, criando uma cadência única, quase uma música oral. Essa oralidade é, para nós, mais que forma: é estética. É uma afirmação de identidade cultural, um resgate daquilo que foi invisibilizado por anos de colonização. Eles não falam "errado"; errado é o que perdemos de nossa própria cultura.
O bairro e o território permeiam o filme como personagens vivos. Não apenas os lugares, mas as histórias, os sonhos e as fabulações que brotam das periferias, onde há camadas invisíveis de potência e resistência. Nesse espaço, os meninos criam, brincam e imaginam. É nesse movimento que emerge um personagem silencioso, quase mítico: o Menino Vaqueiro. Ele atravessa a narrativa como uma força invisível, presente nos gestos, nos abraços, na proximidade dos corpos que montam, desmontam, trabalham e sonham.
O Menino Vaqueiro simboliza a força que vem de dentro, a capacidade de enfrentar os desafios do dia a dia com coragem e fé. Ele é o espírito do filme, uma presença que guia os meninos em suas jornadas internas e externas. Sua força é tão real quanto invisível, atravessando as cenas e costurando as histórias que narramos.
Cavalo de Aço é, acima de tudo, um filme que pertence aos meninos. Eles são os narradores de suas próprias histórias, e é essa autenticidade que nos move. É uma obra que pulsa com uma semiótica viva, que se constrói na linguagem, no improviso e na potência da fabulação. É um grito, uma brincadeira, um sonho. É a força das juventudes que, mesmo em meio aos desafios, têm o poder de imaginar e construir outros mundos possíveis.