Private Project

COLINA 125miniDVs

O movimento deste filme parte do seu material base: 125 miniDVs filmadas por uma amadora (em todos os sentidos da palavra) há quase 20 anos, em vários teatros europeus, acompanhando um projecto de laboratórios artísticos que reuniu artistas de geografias e disciplinas diversas, tendo por foco o processo de criação e a colaboração entre pares.
Como é que este material de então pode iluminar o agora?

  • Maria João Guardão
    Director
    EVERYTHING MUST GO
  • DuplaCena
    Producer
  • Maria João Guardão
    Writer
    EVERYTHING MUST GO
  • Project Title (Original Language):
    COLINA 125miniDVs
  • Project Type:
    Documentary, Feature, Other
  • Runtime:
    1 hour 11 minutes
  • Production Budget:
    38,000 EUR
  • Country of Origin:
    Portugal
  • Country of Filming:
    Denmark, Estonia, France, Germany, Portugal, United Kingdom
  • Language:
    English
  • Shooting Format:
    miniDV
  • Aspect Ratio:
    4:3
  • Film Color:
    Color
  • First-time Filmmaker:
    No
  • Student Project:
    No
Director Biography - Maria João Guardão

Maria João Guardão is a filmmaker and a journalist, living and working in Lisboa.
She directed documentary series as well as artists portraits, and worked as a cultural journalist for television, newspapers and, more recently, for the National Theatre D. Maria II.
NADA PODE FICAR (EVERYTHING MUST GO, 2021), a film about endings, became her first feature documentary. Now, she's working on footage she filmed almost 20 years ago to question the times we live in.

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Director Statement

Criar uma narrativa a partir de found footage - e não de documentação – é imaginá-la como reconstituição do que está nas imagens, é olhar para o processo de escrita - da narrativa, do filme – como espaço de ensaio. No meu processo eu reconstituo coisas através da apropriação, da repetição, do eco, do congelamento, da velocidade ou lentidão – tanto no discurso como na montagem. O filme trabalha para activar ressonâncias entre coisas díspares bem como diferenciações entre coisas semelhantes. O material filmado dialoga (muitas vezes às avessas) com a narração na primeira pessoa do singular e com uma banda sonora que se apropria das vozes e dos materiais do COLINA, injectando-as com (ainda mais) poesia. São falas que por vezes se cruzam, outras se ignoram, se contestam, se sobrepõem.
Quero trazer a arte e os artistas para o centro do questionamento de um mundo e de um presente que consistentemente os desvaloriza e mercantiliza, tratando uma e outros, simultaneamente, como lixo e como luxo. Quero afirmar a criação e o pensamento, regularmente menosprezados tanto pelas regras do mercado quanto por movimentos políticos extremistas, como indispensáveis a uma sociedade culta, democrática e plural. Desejo fazer estas imagens falarem sobre algo mais desmedido do que o COLINA.
E deleitar-me no seu tempo dilatado que abarca passado, presente e futuro, neste material que transborda como as imagens transbordam do registo de um acontecimento que há quase 20 anos juntou desconhecidos e, num intervalo de espaço e tempo, inventou comunidade. Imersos neste novo ambiente os materiais originais expandem-se, vão para além da sua dimensão anterior. E aquilo em que se transformarão não é nada claro. Certo é que se transformarão e aterrarão algures, longe das minhas motivações iniciais. E que irão fazer coisas que não imagino nem poderei controlar.